O radar meteorológico é o equipamento mestre
do Sistema de Alerta a Inundações da Cidade de São Paulo. Este Sistema foi
implantado e é operado pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica e
Recursos Hídricos. Instalado junto à barragem de Ponte Nova, na divisa dos
municípios de Salesópolis e Biritiba-Mirim, Estado de São Paulo, o equipamento
rastreia a camada da atmosfera entre a superfície terrestre e a altitude
de 18 km, num raio de 180 km, possibilitando a identificação da localização,
do tamanho, da intensidade e do deslocamento de sistemas meteorológicos que
passam pela região Leste do Estado, Sul de Minas Gerais e Sul do Rio de
Janeiro.
O sensoriamento remoto da chuva através do radar meteorológico torna
possível o acompanhamento de sua evolução espaço-temporal sobre as bacias
hidrográficas. Porém, o intervalo entre a observação do fenômeno chuva e
a emissão de boletins de previsão, deve ser dotado de um sistema de aquisição
e tratamento de dados em tempo real, que faça a coleta de dados de chuva
a intervalos de tempo regulares, quantificando a mesma por unidade de área
na superfície. Esses dados são introduzidos em modelos hidrológicos que possibilitam
prever as vazões nos rios.
As bacias hidrográficas da Grande São Paulo cobertas pelo radar meteorológico
são caracterizadas pela intensa urbanização. O solo impermeabilizado provoca
o deslocamento rápido da água da chuva ao leito do rio, causando as tradicionais
inundações. O Governo do Estado de São Paulo tem se empenhado em diminuir
o efeito das enchentes nesta região através de obras de aprofundamento do
leito do rio Tietê e seus afluentes, aumentando a capacidade de escoamento
dos rios. Apesar dessas medidas estruturais há sempre o risco de que uma
determinada enchente supere a capacidade de escoamento do rio, neste é necessário
que se tomem medidas no sentido de minimizar o efeito das inundações.
O intervalo de tempo entre duas varreduras completas do radar meteorológico
de São Paulo é de 10 minutos. A varredura completa da troposfera leva 4 minutos
e os 6 minutos restantes, até a próxima varredura, são gastos na execução
de mapas das intensidades de precipitação no tempo presente, da chuva acumulada
em 20 minutos, do topo das nuvens, e a previsão de chuva para pontos de
interesse e previsão hidrológica até 3 horas a frente. Outros produtos podem
ser programados de acordo com as necessidades do sistema de alerta às enchentes.
Para auxiliar nesta averiguação faz-se uso dos dados de chuva da rede telemétrica
da bacia do Alto Tietê.
A figura 2 apresenta o fluxo de informações do Sistema. O radar, instalado
em Ponte Nova, envia seus dados, via rede telefônica privada, para um microcomputador
tipo Pentium na Central de Operação, localizada no CTH-Cidade Universitária
em São Paulo. Este computador está interligado com as diversas redes telemétricas
do DAEE (Alto Tietê-Pinheiros). Os dados de radar e rede são distribuídos,
via linha privada, para a Prefeitura de São Paulo, para a ELETROPAULO, para
o DAEE e para a imprensa. O Sistema comporta a transmissão de dados para
outros órgãos via linha telefônica discada. Além desses equipamentos o escritório
central dispõe de telex e fax para o caso de haver problemas de comunicação
entre os computadores envolvidos no Sistema.
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